29 de abril de 2025

Em alta, remuneração de profissionais ligadas à Alta Tecnologia e ESG têm ganhos de até 13%

O levantamento conta com a participação de 1.099 empresas (10% a mais que a edição anterior), com faturamento médio de R$ 3,7 milhões e 2 mil colaboradores. Crédito: Divulgação/Freepik

Profissionais capacitados para atuar em funções ligadas à Inteligência Artificial, BI/Data, Inovação, Uso de dados, Estratégia de Transoformação Digital, Tecnologia de forma abrangente e às práticas ESG estão entre os mais cobiçados e valorizados do País, com salários que chegaram a avançar 9,8% em remuneração fixa, e 13% em remuneração variável ao longo deste ano. É quase o dobro da remuneração fixa alcançada por profissionais fora do rol dos “Hot Jobs” como Life Scienses (5%) e percentual superior a todos os outros segmentos de empresas participantes da pesquisa, como Bens de Consumo (6%), Agro e Varejo (7%).

É o que mostra a edição de 2024 da Pesquisa de Remuneração Total (TRS) da Mercer, um dos negócios da Marsh McLennan, líder global em apoiar os clientes a alcançar seus objetivos de investimento, dar forma ao futuro do trabalho e promover melhores resultados de saúde e aposentadoria para suas pessoas. O levantamento conta com a participação de 1.099 empresas (10% a mais que a edição anterior), com faturamento médio de R$ 3,7 milhões e 2 mil colaboradores. Ao todo, 5740 cargos foram mapeados nesta edição. O setor de Alta Tecnologia (Hot jobs) tem o maior número de representantes da mostra, com 17% do total das empresas ouvidas.

Em termos de nível hierárquico dos hot jobs, o maior ganho foi obtido por trabalhadoresde nível operacional, cujos salários tiveram altas de até 73% no ano. Gerentes e assistentes viram seus salários subirem, 17% e 10%, respectivamente.

Profissões mais valorizadas

No ranking das três especialiações mais valorizadas (Hot jobs) para o nível executivo estão ESG, estratégia e transformação digital e Business Intelligence (BI). Em um recorte geracional, esses cargos estão, em sua maioria (65%), concentrados em trabalhadores da Geração Y ou Millenial, pessoas que nasceram entre 1982 e 1994.

O restante está distribuído entre a Geração X – de trabalhadores nascidos entre 1965 e 1980 (21%) -; Z – que nasceram entre 1997 e 2012 (12%) e apenas 2% com os baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964.

Do ponto de vista de gênero, os homens concentram 70% dos cargos dos hot jobs.

“O desafio com atração e retenção dos hot jobs é algo que não deve diminuir nos próximos anos, muito pelo contrário, a tendência é que cada vez mais o número de especializações requisitadas no mercado aumente, por isso o mapeamento de skills da força de trabalho e principalmente o desenvolvimento dos talentos que já temos em casa é algo que poucas empresas no Brasil estão conseguindo realizar de forma eficaz e é uma grande chave para garantir a sustentabilidade de talentos e o sucesso do negócio”, explica Carolina Zillig Head de Dados e Insights da Mercer Brasil.

Economia aquecida traz desafio de retenção

Em um cenário de mercado de trabalho aquecido e próximo de taxas de pleno emprego, as empresas têm enfrentado dificuldades cada vez maiores para reter seus talentos. A pesquisa da Mercer mostra que os maiores índices de turnover voluntário (quando o funcionário pede demissão) estão no setor de varejo (18,8%); Agro (10,7%); e Life Scienses (9,7%); Bens de Consumo (7,7%); e Alta Tecnologia (7%).

“Outra pesquisa recente divulgada pela Mercer – sobre Práticas de Carreira Tech e Digital 2024 -, já havia sinalizado o quanto a disputa por trabalhadores qualificados é acirrada em carreiras nas áreas tech e digital, com 77% das empresas participantes notando o aumento dessa busca, considerando um recorte temporal dos últimos 12 meses”, diz Carolina.

Ao todo, 51% das companhias ouvidas disseram estar mais difícil manter profissionais dessas áreas em seu quadro de colaboradores. Os principais motivos que levam à saída voluntária de profissionais são: insatisfação com salário (59%); questões pessoais (44%); oportunidades de obter melhores benefícios (38%); e limitações na carreira na atual posição (36%).

De acordo com o especialista da Mercer, a retenção de talentos não é apenas um desafio, mas uma necessidade estratégica para o sucesso das organizações. “A retenção desses profissionais exige uma abordagem holística, que englobe cultura organizacional, reconhecimento e valorização, oportunidades de desenvolvimento, flexibilidade e desenvolvimento de líderes capazes de inspirar e engajar suas equipes, criando um ambiente de trabalho colaborativo e motivador, estamos no momento de pensar no Life Experience e não mais apenas no Employee Experience”, ressalta.

Para tentar evitar que os funcionários dessas áreas saiam, as empresas têm adotado algumas estratégias.

A mais comum delas, usada por 51% das companhias, segundo a pesquisa da Mercer, é oferecer uma contraproposta. Em segundo lugar (41%) vem oferecer um plano de carreira e desenvolvimento e, em terceiro, abrir ao colaborador a possibilidade de trocar de cargo ou mesmo de área dentro da organização (36%).

De acordo com a Pesquisa de Remuneração Total (TRS) da Mercer, o mercado de trabalho continuará aquecido no próximo ano, com 25% das empresas entrevistadas pretendendo contratar novos funcionários em 2025. Outros 34% delas não têm intenção de fazer nenhum contratação ou demissão.

Trabalho flexível e comunicação com funcionários

A Pesquisa também aponta que a grande maioria das empresas (86%) adota o modelo híbrido de trabalho. Outras 11% têm regimes integrais de trabalho presencial e apenas 3% adotam o formato 100% remoto.

Outro dado aponta que, embora se fale bastante em jornadas flexíveis – com o movimento 4 Day Week, por exemplo -, apenas 8% das empresas pensam em adotar algo nessa linha.

Também chama a atenção o fato de que, de forma geral, menos da metade das empresas não ouviram os colaboradores para definir o melhor regime de trabalho. Somente 23% das companhias da mostra fizeram pesquisas nessa direção.

A edição de 2023 do levantamento mostrou que 59% das organizações não ouviram seus trabalhadores antes de decidir o modelo que seria adotado.

Acesse aqui o relatório completo: Link

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