11 de maio de 2025

Alpargatas registra aumento de 10% nas vendas e lucro líquido de R$ 112,4 mi no primeiro trimestre

A unidade de Tatuí é a maior fabricante brasileira de tecidos índigo e a maior exportadora têxtil do país. Crédito: Divulgação/Alpargatas

A Alpargatas, que tem unidade fabril em Tatuí, divulgou os resultados financeiros do 1º trimestre de 2025. A companhia atingiu um crescimento positivo nos principais indicadores de negócio, demonstrando consistência de uma operação normalizada e eficiente.

Pautada na estratégia de foco e competitividade e crescimento sustentável, o volume de vendas saltou 10%, o que contribuiu no registro de lucro líquido consolidado de R$112,4 milhões no 1T25, avanço de R$87,8 milhões em relação ao mesmo período de 2024.

No que tange a disciplina na alocação de capital, a geração de caixa livre foi de R$128 milhões no trimestre e R$439 milhões nos últimos 12 meses. Já na dinâmica de capital de giro, houve pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2023, consumo de R$48 milhões.

Isso se deu principalmente pelo aumento na conta de clientes, refletindo a venda mais acentuada do período, e a recomposição do nível de estoque, tanto de matérias-primas, quanto de produtos acabados.

Investimentos e marketing

A implantação de projetos prioritários teve aporte de R$27 milhões no período, em linha com o plano previsto no orçamento de capital de R$220 milhões para o ano. Na área de marketing, houve investimento de R$98 milhões para a marca Havaianas, valor 29% acima do mesmo período do ano anterior, ou 9,1% da receita líquida do período. Deste total, R$69 milhões foram investidos no Brasil e R$29 milhões na operação internacional.

“Sabemos da força da marca Havaianas e seguiremos investindo de forma planejada e disciplinada, fortalecendo o papel do marketing como sustentação da operação comercial. Nosso portfólio será cada vez mais orientado a endereçar novas audiências — como homens, crianças e o público jovem — e ampliar as ocasiões de uso, indo além da praia e ganhando as ruas. Nos mercados internacionais, a estratégia será pautada pela conexão com a moda, com foco em inovações e collabs que reforcem a desejabilidade da marca e sua relevância cultural”, destacou o CEO da Alpargatas, Liel Miranda.

Havaianas

A operação de Havaianas registrou R$1,1 bilhão de receita líquida no período, 18% acima do mesmo período do ano anterior, impulsionada pelos 51 milhões de pares vendidos no Brasil e 5,8 milhões nas operações internacionais. Parte deste crescimento está relacionada à decisão tática de aceleração de vendas no Brasil, com objetivo de abastecer estrategicamente os canais em preparação para a virada de coleção, que acontece no segundo trimestre.

De acordo com Liel Miranda, os resultados refletem a jornada de retomada da escala operacional para recuperação gradativa dos negócios.

“Seguimos focados em fortalecer a competitividade da marca Havaianas e proteger nossa posição de liderança, por meio de ações consistentes e orientadas ao crescimento sustentável. É importante destacar que os números do primeiro trimestre não são, necessariamente, a tendência do ano, já que houve esta antecipação de volume e, naturalmente, passaremos por um ajuste desta aceleração de vendas nos próximos trimestres”, explica.

Para o CEO, o desempenho da Alpargatas no primeiro trimestre do ano é puxado pelas importantes evoluções aplicadas na operação nos últimos anos.

“No 1T25, seguimos apostando em ações de correção da precificação, adequação do portfólio de produtos, investimentos em ações de marketing, ajustes de estrutura, melhores processos de planejamento e logística e maior produtividade industrial. Com isso, celebramos o crescimento de nossos resultados, mas também adotamos cautela. Estamos cientes de que os avanços conquistados ainda exigem atenção, consistência e foco na execução. Sabemos que há muito pela frente, mas nossa estratégia vem dando resultados”, complementa.

Brasil

A operação de Havaianas Brasil tem demonstrado evolução gradual da agenda de melhorias operacionais.

“Temos visto uma gradual evolução em nossas capabilities operacionais, com o nível de serviço no Brasil, medido pelo OTIF, tendo atingido 73% nos três primeiros meses do ano. Além disso, temos conseguido melhor efetividade do processo de S&OP, o que nos dá maior flexibilidade para atuar taticamente no abastecimento dos diferentes canais, com melhor sincronização entre produção, distribuição e ações comerciais e de marketing”, ressalta Miranda.

Neste trimestre, a operação de Havaianas Brasil registrou crescimento de 22% de receita líquida com aumento de 7% da receita por par, principalmente pelo diferente mix de canais, na comparação com o 1T24. A margem bruta do foi de 46% e a margem EBITDA de 22%. Estes níveis de margem foram os maiores entre os primeiros trimestres dos últimos cinco anos.

Sobre a dinâmica de sell-out, que neste trimestre avançou 2% em relação ao 1T24, os canais apresentaram evoluções diferentes entre eles. Com destaque positivo para franquias e lojas próprias (DTC), canais especializados, e, no segmento de autosserviço moderno, no canal alimentar, que englobam as grandes redes de supermercado e os atacarejos. O desempenho desse canal foi suficiente para compensar a queda de sell-out no canal de varejo tradicional, de maior relevância para a venda da companhia.

Com o crescimento no trimestre, os volumes de sell-in momentaneamente se aceleraram frente ao sell-out, mas sem mudar a perspectiva da trajetória esperada para o ano. A Alpa segue apostando na manutenção do sell-in, em média, alinhado ao sell-out, tendo sempre como principal foco das ações comerciais a estimulação do consumo na ponta.

Internacional

Na operação internacional, o primeiro trimestre de 2025 foi marcado pela jornada de retomada na Europa. A companhia apresentou melhora logística, que havia sido uma fonte relevante de perda de volume e aumento de custos nos anos anteriores. Dessa forma, o ano iniciou com um crescimento de 5% de sell-in, alinhado à sinalização de leve crescimento da pré-venda realizada no ano passado.

Houve ainda maior eficiência operacional e disciplina de despesas, especialmente em mercados estratégicos, contribuindo para a expansão das margens bruta e EBITDA fora do Brasil. Neste sentido, a margem bruta da operação internacional foi de 65% e o EBITDA atingiu R$33 milhões, com margem de 12%, 7 pontos percentuais acima do 1T24.

O resultado foi impulsionado pelo ganho de eficiência da operação logística, disciplina na gestão de despesas e pelo câmbio, em menor relevância. Todas as unidades de negócio da operação internacional apresentaram expansão na rentabilidade.

Rothy’s

Apesar do primeiro trimestre ser o menos relevante por causa da sazonalidade, também houve avanços na marca de calçados sustentáveis da Alpa. Os lançamentos de produtos da californiana Rothy’s tiveram resultados positivos e ajudaram na retomada de crescimento de receita, que foi 27% acima do mesmo período do ano passado.

A melhoria de eficiência fabril e redução nos custos de frete e distribuição, que já vinham sendo destaques positivos nos resultados anteriores, contribuíram para a preservação da margem bruta, que se manteve em 62%, mesmo patamar do 1T24. Adicionalmente, a consistência da disciplina na gestão de despesas contribuiu para uma melhoria importante do EBITDA no trimestre, que atingiu USD 20 milhões, na visão dos últimos 12 meses.

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