15 de maio de 2025

Pesquisa indica que 48,6% dos profissionais se consideram mais produtivos trabalhando em casa

A pesquia consultou cerca de 6,8 mil profissionais e empresas de todo o Brasil para entender quais são suas reais impressões sobre o mercado atual. Crédito: Freepik

Quase metade dos profissionais (48,6%) acreditam serem mais produtivos trabalhando de casa. É o que revela recente pesquisa realizada pela Michael Page, uma das maiores consultorias especializadas em recrutamento de média e alta gerência, parte do PageGroup.

De acordo com o estudo Guia Salarial – Tendências Candidatos e Empresas 2025, os adeptos aos modelos de trabalho híbrido ou remoto superaram as médias dos que são igualmente produtivos no presencial (40,5%) e dos colaboradores que se sentem menos produtivos atuando de forma remota (10,8%).

O estudo apontou, ainda, que 27% dos colaboradores preferem trabalhar em casa em 2 dias da semana, ficando à frente dos adeptos aos 5 dias remotos (24,3%), 3 dias (21,6%), 1 dia (13,5%) e dos que não desejam nenhum dia de trabalho em casa (8,1%).

“Observamos que o trabalho híbrido ou remoto já é uma realidade enraizada no mercado de trabalho atual, com quase metade dos profissionais se sentindo mais confortáveis e produtivos trabalhando de casa. Além da remuneração, a flexibilidade é um dos principais fatores no momento de decisão de um candidato para aceitar uma promoção ou uma nova vaga de emprego. As empresas que adotarem jornadas alternativas e flexíveis tendem a ter mais facilidade para atraírem e engajarem os melhores profissionais”, afirma Lucas Oggiam, diretor-executivo da Michael Page no Brasil.  

Para elaborar a pesquisa, a Michael Page consultou cerca de 6,8 mil profissionais e empresas de todo o Brasil para entender quais são suas reais impressões sobre o mercado atual. Os executivos consultados ocupam cargos que vão desde posições de suporte à gestão até diretoria. A empresa procurou entender como os profissionais enxergam sua carreira, a posição do empregador no seu desenvolvimento profissional e outros fatores que completam a remuneração.

Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal

O levantamento também procurou entender qual o nível do equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal dos profissionais. Cerca de 32,4% dos respondentes concordam que respeitam seu horário de almoço e de saída, sabem enfrentar o estresse de trabalho e cuidam da saúde física, superando os que discordam e os que nem concordam e nem discordam (18,9%, cada), os que concordam totalmente (16,2%) e os colaboradores que discordam totalmente (16,2%).

Entre os respondentes da pesquisa, 43,2% dos profissionais trabalham em regime presencial integral, 27% atuam de forma híbrida (3 ou mais dias por semana no escritório), 19,9% têm atuação em home office integral e 10,8% estão trabalhando em modelo híbrido com 1 ou 2 dias por semana no escritório.

“O grande desafio das organizações é conseguir equilibrar os objetivos e resultados esperados pela empresa com as expectativas e a demanda por flexibilidade que os profissionais exigem. É dever dos líderes analisarem de forma criteriosa qual a real necessidade do trabalho presencial e encontrar soluções e políticas que engajem os colaboradores e mantenham um bom ambiente para qualquer modelo escolhido, seja híbrido, remoto ou totalmente presencial”, afirma Oggiam, diretor-executivo da Michael Page no Brasil.

Parte da liderança defende modelo presencial

A Michael Page também decidiu ouvir líderes empresariais para compreender desafios e percepções sobre os modelos do trabalho.

A pesquisa, realizada na primeira quinzena de março, contou com as respostas de 97 lideranças de diferentes cargos (diretoria, presidência, conselhos e c-level) e setores (finanças, engenharia, varejo, saúde e ciência, agronegócio, bancário e serviços financeiros, logística, marketing e digital e tecnologia). A partir desse grupo, foram tipificados os modelos de trabalho mais implementados, permitindo analisar os desafios que os líderes brasileiros enfrentam atualmente.

Para 35% dos respondentes que adotam o modelo presencial, destacam, além da natureza do negócio, como indústria e logística, a importância da cultura organizacional como principal motivação para essa escolha, mesmo em funções que não exigem presencialidade. O convívio facilita a disseminação e o fortalecimento da cultura, promovendo um ambiente de trabalho mais coeso e integrado. Além disso, há a percepção de que o trabalho presencial proporciona maior agilidade na tomada de decisões e na execução das tarefas diárias.

Algumas dessas organizações também expressam receio em relação ao autogerenciamento dos profissionais em um ambiente doméstico. Acredita-se que a supervisão direta e o contato constante são essenciais para garantir a produtividade e o alinhamento com os objetivos da empresa. Algumas lideranças ainda consideram essencial o modelo presencial, apesar de reconhecerem que pode gerar mais estresse, priorizando a produtividade em detrimento do bem-estar dos colaboradores.

No entanto, algumas empresas enfrentam restrições impostas por suas matrizes ou boards internacionais. Enquanto pesquisas internas indicam o desejo de adotar um modelo híbrido, essa política não é apoiada pela liderança global. Muitos acreditam que a implementação oficial do sistema híbrido em todas as áreas facilitaria a atração e retenção de talentos, além de aumentar o engajamento. Apesar dessa demanda, a matriz mantém a obrigatoriedade do trabalho presencial em nível global.

“O regime presencial é essencial para a integração entre áreas, agilidade na tomada de decisões e interação direta com todos os níveis hierárquicos da organização. Além disso, o conhecimento do negócio é crucial para o desenvolvimento rápido e completo de funções e para abrir novas oportunidades profissionais além da área técnica principal”, diz Thiago Anan, CFO da Aspen Pharma.

Valorização à proximidade e comunicação informal

Ana Isabel Nogueira, diretora administrativa da MAGSAC Embalagens, conta que a empresa mantém o trabalho 100% presencial, valorizando a proximidade e a comunicação informal.

“Como negócio familiar de médio porte, muitas conversas importantes surgem espontaneamente no dia a dia, reforçando a importância da presença física. O contato direto da diretoria com os colaboradores da fábrica fortalece o engajamento e o orgulho da equipe, que valoriza a oportunidade de mostrar seu trabalho e perceber o envolvimento genuíno da liderança no dia a dia da operação”.

Para a diretora de RH na Farmoquímica, Renata Filardi, por serem uma indústria com grande parte da equipe atuando presencialmente, optaram pelo modelo 100% presencial também para gestores e administrativos, garantindo eficiência, suporte e fortalecimento da nossa cultura relacional.

“Na FQM baseamos nossa atuação em pessoas, valores e resultados, equilibrando desempenho e bem-estar. Investimos no desenvolvimento dos colaboradores com treinamentos personalizados, incentivando o protagonismo individual. Além disso, reconhecemos talentos de alta performance com bolsas de estudo, promovendo crescimento profissional e sustentabilidade organizacional”.

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