29 de abril de 2025

Para 76% das mulheres brasileiras, alcançar cargos de liderança é mais difícil do que para os homens, aponta pesquisa

Desigualdade de gênero, o assédio e a falta de apoio adequado como barreiras significativas para o progresso profissional feminino. Crédito: Freepik

Para milhões de mulheres ao redor do mundo, a busca por igualdade de direitos e oportunidades no mercado de trabalho ainda persiste. Buscando entender melhor esse cenário, a Pluxee, líder global em soluções de benefícios e engajamento de colaboradores, conduziu um estudo com mais de 2 mil mulheres brasileiras, revelando os obstáculos que elas enfrentam no ambiente de trabalho. A pesquisa aponta a desigualdade de gênero, o assédio e a falta de apoio adequado como barreiras significativas para o progresso profissional feminino.

De acordo com o levantamento, a sobrecarga de tarefas domésticas – que impactam a carreira, e o assédio moral ou sexual, ambos com 28%, são os problemas mais frequentes enfrentados por mulheres no ambiente corporativo. A diferença salarial (26%) e a dificuldade de promoção por ser mulher (25%) completam a lista das principais dificuldades. Alarmantemente, 60% das mulheres que sofreram esses tipos de discriminação não se sentiram amparadas pela empresa ou por colegas. Além disso, quase metade das entrevistadas (44%) relatou já ter sido tratada de forma desigual em relação aos funcionários homens.

Impacto na saúde mental e produtividade

As dificuldades enfrentadas no ambiente de trabalho têm consequências significativas para a saúde mental e emocional das mulheres. A pesquisa revela que 36% das entrevistadas sofrem impactos frequentemente, enquanto 45% os sentem ocasionalmente. Além disso, 23% avaliam o impacto na sua produtividade e desempenho profissional como muito alto. Diante desses desafios, 61% das mulheres já consideraram mudar de área ou deixar o mercado de trabalho.

Políticas de igualdade de gênero e retenção de talentos

Embora 55% das entrevistadas acreditem que suas empresas possuam políticas eficazes para promover a igualdade de gênero, 34% delas afirmam que as organizações em que trabalham não oferecem benefícios específicos para mulheres, como apoio à saúde mental e reprodutiva.

Outros 62% das participantes informam que não possuem políticas que favoreçam a conciliação entre vida pessoal e profissional, como home office ou horários flexíveis. Para mudar esse cenário, 68% acreditam que investir em políticas de igualdade de gênero e benefícios específicos para mulheres é essencial para a retenção de talentos femininos.

Desafios da maternidade na carreira profissional

A pesquisa também investigou os desafios da maternidade. Quase metade das participantes (47%) conhece alguém que foi demitida ou teve seu cargo afetado após a licença-maternidade ou parental, e 42% acreditam que essas licenças podem prejudicar a carreira de uma mulher. Com expectativa de um cenário melhor num futuro próximo, as entrevistadas sugerem que políticas de igualdade salarial (60%), maior transparência nos critérios de promoção e combate ao assédio (47%), flexibilidade de horário (45%) e programas de mentoria para mulheres (39%) são ações consideráveis. Treinamentos para reduzir o preconceito de gênero (38%) e políticas de licença-maternidade mais inclusivas (33%) também foram apontadas como medidas importantes.

Para Fabiana Galetol, Diretora Executiva de Pessoas e Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee, a pesquisa reforça a urgência de ações para a igualdade de gênero no trabalho. “Empresas e líderes precisam investir em políticas eficazes de combate à discriminação, assédio e desigualdade salarial, além de oferecer suporte à saúde mental e flexibilidade para as mulheres”, afirma. “A presença feminina em cargos de liderança e a criação de um ambiente de trabalho inclusivo e equitativo são essenciais para uma sociedade mais justa e próspera.” A executiva destaca ainda que a maioria das entrevistadas (80%) acredita que a presença de mulheres em cargos de liderança impacta positivamente o ambiente de trabalho, mas lamenta que, para 76% das mulheres brasileiras, alcançar esses cargos seja mais difícil do que para os homens.

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