
São Paulo atingiu 100% de imunização do rebanho de bovinos e bubalinos em 2023. O ciclo de vacinação contra febre aftosa, iniciado em 1967, foi encerrado em novembro e, após 56 anos de trabalho e mais de cinco milhões de animais vacinados, o estado é apontado como livre da doença.
Apesar de encerrada em novembro, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, órgão vinculado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento, só divulgou os dados na última sexta-feira (12), devido ao processo de contabilização, com a cobertura vacinal encerrada, o governo vai adotar diferentes medidas para manter a sanidade do rebanho pecuário, em ações conjuntas entre os órgãos públicos e o setor pecuarista.
“A vigilância será um dos principais métodos para prevenção da doença e também para detecção precoce no caso de reintrodução da enfermidade”, afirmou Breno Welter, médico-veterinário e gerente do programa estadual de erradicação da febre aftosa.
O que é a febre aftosa?
A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda, causada por vírus. É uma das enfermidades mais contagiosas dos animais, podendo acometer rapidamente criações inteiras das espécies biunguladas (casco fendido), como bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos.
A febre aftosa não apresenta risco para o ser humano, mas traz grandes prejuízos comerciais. Após descoberto um foco da doença, são realizados bloqueios para evitar que ele se alastre. O primeiro caso da doença no Brasil foi registrado em 1895, na região do Triângulo Mineiro. O último caso foi registrado em 2006.
Fim da campanha de vacinação
Após atingir a meta de 100% do rebanho protegido e não registrando casos da doença desde 1996, o estado de São Paulo não terá novas campanhas de vacinação. Nos meses de maio e novembro, os pecuaristas paulistas deverão fazer a declaração dos rebanhos de bovídeos, além de especificar os animais de outras espécies existentes em cada propriedade, como equídeos – equinos, asininos e muares –, suínos, ovinos, caprinos e aves.
Entre março a maio, a Defesa Agropecuária vai promover um inquérito soroepidemiológico para comprovar a ausência de circulação do vírus causador da febre aftosa no estado. O levantamento é parte dos requisitos que a Organização Mundial de Saúde Animal exige para validar o reconhecimento internacional como área livre sem vacinação.
A meta do Ministério da Agricultura e Pecuária é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa até 2026, sem necessidade de vacinação. A partir de maio, o país deverá restringir a movimentação de animais e produtos entre os estados autorizados a suspender a vacinação e as unidades federativas com campanhas obrigatórias de imunização dos rebanhos.
A vacinação será mantida nos estados de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e parte do Amazonas. Para o reconhecimento de zona livre de aftosa, a Organização Mundial de Saúde Animal exige a suspensão da vacinação contra a doença por, pelo menos, 12 meses.