29 de abril de 2025

Chuvas devem ser mais regulares entre fevereiro e março no sudeste 

Several trees next to each other on a field during daytime

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou um prognóstico dos índices pluviométricos para os meses de fevereiro e março em todo o país. Segundo os dados apresentados, as regiões Centro-Oeste e Sudeste devem ter chuvas mais regulares, enquanto no Norte e Nordeste elas devem ficar abaixo da média. 

De acordo com o instituto, a previsão de maior regularidade das chuvas no Sudeste se dá pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, típica desta época do ano. Estas condições, de acordo com o Inmet, causam dias consecutivos de chuvas, amenizando a temperatura e favorecendo a elevação dos níveis dos reservatórios de água.

Já na região Sul do país, a previsão é da presença de chuvas mais irregulares, principalmente no Rio Grande do Sul. O Inmet destaca que há a possibilidade de temperaturas mais elevadas, porém com os níveis de água no solo também mais altos devido às chuvas dos últimos meses. 

Há previsão de temperaturas acima da média climatológica no Centro-Oeste,  mas as chuvas devem vir com mais intensidade, o que deve favorecer tanto os níveis de armazenamento hídrico, quanto o plantio na região, um alento para os produtores de milho e soja de Mato Grosso, já que a falta de chuvas e o tempo seco têm castigado as lavouras de todas as regiões. Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, a produção deve ter um recuo de cerca de 21% na produção média.  

Outras duas regiões devem ter temperaturas acima da média histórica: o Norte e o Nordeste. No Norte, as temperaturas devem ter períodos de excesso de calor com baixa umidade do solo nas regiões do Amazonas e noroeste do Pará e Roraima, o que prejudica ainda mais a agricultura dessas regiões.

O Nordeste deve ter temperaturas acima da média histórica em todo o território. Segundo o Inmet, os níveis de água no solo devem ficar baixos em alguns estados, o que prejudica ainda mais a agricultura da região.

Influência do El Niño

A interação entre a superfície dos oceanos e a atmosfera interfere nas condições do tempo e do clima em diversas localidades no mundo. No Brasil, fenômenos como El Niño-Oscilação Sul (ENOS), no Oceano Pacífico Equatorial, e o gradiente térmico do Oceano Atlântico Tropical, também chamado de Dipolo do Atlântico, são exemplos dessa interação oceano-atmosfera que influenciam o clima. 

Neste contexto, as águas mais quentes no Atlântico Tropical Sul e águas mais frias no Atlântico Tropical Norte favorecem a ocorrência de chuva em grande parte do Norte do Brasil (Dipolo Negativo). Caso contrário, há uma redução de chuva na região citada (Dipolo Positivo). 

O mês de novembro de 2023 já mostrava uma leve tendência de aquecimento do Atlântico Sul. Porém, em dezembro deste mesmo ano, a área do Atlântico Sul permaneceu mais aquecida que o Atlântico Norte, gerando um gradiente negativo de -0,2ºC. Este cenário trouxe mais umidade para a costa leste da região Nordeste favorecendo a ocorrência de chuvas naquela área.

Portanto, o modelo de previsão de ENOS do APEC Climate Center (APCC),

centro de pesquisa sediado na Coréia do Sul, aponta para uma probabilidade entre 80 e 90% de que as condições de El Niño permaneçam até o trimestre março-abril-maio de 2024. 

Já entre abril e junho de 2024, a probabilidade diminui para 60% de chance, indicando um ligeiro enfraquecimento do fenômeno.

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